Jesus e a Sua sala de vidro
- Nany Arruda
- 7 de jun.
- 2 min de leitura
“O sacrifício que agrada a Deus é o espírito quebrantado;um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.”(Salmo 51:17)
“Clama a mim e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.”
(Jeremias 33:3)

Oh, que tempos são esses... em que corações, muitas vezes bem intencionados, se perdem tentando erguer monumentos para si, enquanto os pés de Jesus permanecem vazios — sem companhia, sem lágrimas, sem escuta.
Vivemos dias em que o nome precisa ser lembrado, o feito precisa ser visto, a presença precisa ser notada. Mas onde estão aqueles que preferem ser esquecidos pelos homens para serem encontrados por Deus?
Ouvi certa vez uma história que nunca mais saiu do meu coração.
Uma senhora, conhecida por passar frequentar sala de oração, clamando por avivamento, teve uma visão. Nela, Jesus a conduziu por três salas.
Na primeira sala, um grande salão lotado de pessoas, era um estádio... Havia muita vibração, todos ali desejavam um grande mover de Deus. Jesus disse: "Aqui estão os querem participar do meu "grande" mover e fazem muita coisas em Meu nome". Ela se empolgou e quis ficar. Mas Jesus pediu que seguisse com Ele.
Na segunda sala, Jesus a levou a uma “green room”. Um espaço elegante, uma mesa enorme, cercada de líderes, pregadores famosos, ministros de adoração — pessoas influentes. Ela foi convidada a entrar. Ela entrou. Se sentiu tão honrada e amada... Mas Jesus ficou do lado de fora, na porta, esperando por ela, pois havia ainda um último quarto.
Então,
Jesus abriu a terceira porta. Era uma sala escura, silenciosa, com paredes de vidro e uma única cadeira. A atmosfera era pesada. Ela hesitou e disse:"Jesus, essa sala não passa uma vibe muito boa. Nas outras havia festa, unção, mover… aqui parece tristeza."
E Jesus respondeu com olhos marejados:“É aqui que Eu me sento. Ouço as dores do mundo. Choro. Oro. Mas ninguém quer entrar. Ninguém quer ouvir o que Eu ouço. Ninguém quer chorar Comigo.”
Essa história me desarmou.
Na época, que ouvi essa história eu servia tempo integral num orfanato. Minha “sala” era uma mesa de jantar ouvindo histórias de meninas vinda do tráfico humano — muitas delas vítimas de homens e mulheres que frequentavam as outras salas.
Lembrei da canção de Keith Green:
“Oh! Me abençoe! Oh Me abençoe! É tudo o que sempre ouço! Não há lágrimas! Não há dor, nem mesmo um clamor! Mas Ele chora, Ele sangra, Ele clama por ti E você só se importa em participar de um mover Ele traz pessoas a sua porta, mas você não se importa Dá um sorriso e diz‘Vá em paz, Deus te abençoe’ E os Céus então choram, pois Jesus veio a ti E você O abandonou.”
Na época, que ouvi essa história eu servia tempo integral num orfanato. Minha “sala” era uma mesa de jantar ouvindo histórias de meninas vinda do tráfico humano — muitas delas vítimas de homens e mulheres que frequentavam as outras salas.
A unção não nasce no palco.
Ela brota da dor dividida com o Amado.
O céu não se move por estratégias, network ou aplausos…
Ele se move quando alguém dobra os joelhos, cala a própria voz e decide apenas estar com Jesus — não pra fazer, não pra aparecer, mas pra estar com Ele.
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